Desafios, Oportunidades e a Necessidade de Mudanças (Foto: Divulgação)

Em meio às transformações no cenário da saúde na Baixada Fluminense, um ponto de destaque é o Hospital Estadual da Mulher, em São João de Meriti. Originalmente concebido como um pronto-socorro voltado para atender moradores da região, sua trajetória foi desviada por decisões questionáveis, resultando em uma estrutura voltada majoritariamente para gestações de alto risco. Este artigo busca discutir a ideia de transformar o Hospital da Mulher em um hospital-geral, visando ampliar o leque de atendimentos médicos e beneficiar a população local.

A História do Hospital da Mulher

Com a obra iniciada nos anos 90, o hoje Hospital da Mulher (que na verdade era pra ser o Pronto-Socorro da Baixada Fluminense), que deveria ser um marco para a saúde em toda a região, ficou abandonado por 15 anos. Em 2008, sob o governo de Sérgio Cabral e a gestão do secretário de saúde Sérgio Cortez, a estrutura original foi drasticamente modificada. Ao invés de atender às necessidades locais, a nova proposta priorizava casos de gravidez de alto risco, incluindo gestantes de outras localidades. Este desvio de propósito gerou um desequilíbrio na oferta de serviços de saúde na região.

O PAM Meriti passou a ser sobrecarregado, o recém-inaugurado UPA do Jardim Íris passou a ser ainda mais sobrecarregado, principalmente com as gestões municipais que hora fechavam a UPA, hora fechavam o PAM, hora transformavam o PAM em UPA, hora mantinham a UPA fechada e até mesmo colocaram um letreiro de hospital no UPA sem sequer ter condições de ter um atendimento hospitalar ali naquele espaço.

E nisso tudo eu só falei de São João de Meriti. Sem contar Nilópolis onde o Hospital Juscelino Kubistchek foi fechado e todo o atendimento de emergência de lá passou a ser feito numa UPA no Cabuís e Mesquita que sempre só teve a UPA de Édson Passos para atender todas as emergências. Todos os prefeitos de lá achavam que: "construir hospital para Mesquita é megalomania".

Resultado: os casos de emergência das três cidades sobrecarregam a cidade do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Duque de Caxias, enquanto elas mal ficam com o atendimento médico básico (consultas, pequenos exames, vacinação e entre outros).

A Realidade Atual

Voltando ao foco do artigo...

Atualmente, as gestantes meritienses são direcionadas ao Hospital da Mãe, inaugurado em Mesquita em 2014 para tentar compensar a burrada que o governo estadual fez ao inaugurar um hospital para atendimento específico e ter para onde mandar os casos de risco médio e baixo risco, apesar de o próprio Hospital da Mãe ter assumido a função de atender pacientes de alto risco quando não se tem como transferir o paciente para a unidade em Vilar dos Teles que é onde fica o Hospital da Mulher. No entanto, a falta de uma maternidade de porte adequado em São João de Meriti com o fechamento para obras da Maternidade do Morrinho em 2016, cria uma lacuna na oferta de atendimento local.

As UPAs 24h nas cidades vizinhas e na própria Meriti acabam sendo a única alternativa para casos de emergência e quando os pacientes não conseguem atendimento lá, intensificam ainda mais a sobrecarga dos hospitais de Duque de Caxias e Nova Iguaçu.

A Proposta de Transformação

Considerando a necessidade urgente de readequar o cenário de saúde em São João de Meriti e arredores, a proposta de transformar o Hospital da Mulher em um hospital-geral surge como uma solução viável. Essa mudança permitiria uma gama mais ampla de serviços médicos, incluindo atendimento de emergência, cirurgias gerais, consultas especializadas e mais, atendendo às diversas demandas da população local.

Benefícios para a População

  • Variedade de Serviços: A transformação em hospital-geral ampliaria significativamente a oferta de serviços médicos na região de São João de Meriti, reduzindo a dependência de cidades vizinhas.
  • Acessibilidade: Moradores teriam acesso facilitado a serviços de saúde, diminuindo a necessidade de deslocamentos longos para procedimentos médicos.
  • Desafogamento de Outras Unidades: Ao oferecer atendimento geral, o Hospital da Mulher contribuiria para aliviar a pressão sobre as UPAs e hospitais circunvizinhos em toda a Baixada Fluminense.
Fora outro fato que a Prefeitura de São João de Meriti não admite. O governo municipal meritiense hoje não pode bancar o funcionamento de um hospital faraônico como eles querem transformar o PAM do Jardim Meriti em uma enorme unidade de alto porte apenas para tentar calar a boca da oposição. Por isso que o prefeito Dr João abre e fecha o PAM desde 2017, seria uma solução ideal deixar o atendimento hospitalar dentro do Hospital da Mulher readequado para atender não só as mulheres e sim o povo com o investimento do governo do estado, pois o mesmo atenderia não só os meritienses, mas também os mesquitenses e nilopolitanos que padecem sem nenhum tipo de atendimento médico de emergência público em suas cidades.

Seria ótimo para Mesquita que ganharia uma maternidade de altíssimo nível e passaria a ser a porta de nascimento para as mães da região, como já é nos dias de hoje, só que com muito mais estrutura do que o já existente.

Conclusão

Repensar a função do Hospital Estadual da Mulher é mais do que uma necessidade; é uma oportunidade de proporcionar uma mudança positiva na saúde materno-infantil em São João de Meriti. A transformação em um hospital-geral não apenas atenderia às necessidades locais, mas também contribuiria para uma distribuição mais equitativa dos serviços de saúde na Baixada Fluminense. É hora de alinhar as estruturas de saúde com as demandas da comunidade, garantindo um atendimento abrangente e eficaz para todos.